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A mostrar mensagens de abril, 2008

Hemorróidas vipes

(Queijas, numa manhã de uma quinta-feira de uma semana de um mês de um ano.) 1 A pastelaria ampla e airosa, meio cheia meio vazia, um murmurar de pires e colheres, um tilintar de homens e mulheres. O sol nublado, de cauda de grilo amarela acinzentada, era o maestro da sinfonia da cor da sala. O galão quente e o livro aberto bailavam impudentemente à minha frente. Mas eis que! Entra o vipe: Munt´ importantão, Num Eis-me enfim chegado! Saudando a plebe c´ um gesto da mão. Os gestos largos, A voz grossa, A barba farta, A solene e feia pança de morsa. Os olhos piscos A lamber a situação À cata de cuscos Que lhe passassem cartão. D´ um trago, aspirou o café e a nata. Sem delongas, os olhos fizeram que liam as manchetes do matutino que jazia junto aos restos mortais do pastel. Depois, num ápice, içou o corpo flácido com ares de atarefado. E então: Sai o vipe Num sonoro tropel de banhas, Meneando as horrendas nalgas, Despedindo-se c´ um aceno das gadanhas. Breves momentos passados, a normali