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A mostrar mensagens de janeiro, 2009

Monte de sarilhos

A crítica às palavras de D. Policarpo a propósito do “monte de sarilhos” em que as não-muçulmanas se metem ao casar com um muçulmano são a meu ver condenáveis (sobretudo) pelo que há de condenável numa qualquer generalização – e que é, além do mais, inútil. Não se pode crer que o recurso a generalizações acerca de um “outro” seja uma ferramenta para ajudar um “próximo”. Mais facilmente isso se explica numa lógica de “auto-ajuda” ou, por outras palavras, auto-promoção. O cardeal-patriarca falava numa tertúlia no Casino da Figueira. Defendia uma posição e isto é, ironias e hierarquias à parte, sagrado . Penso que esta liberdade de opinião se deve estender aos meios de comunicação. Os mitos da isenção jornalística , das hard news, dos factos & relatos , e de todas essas utopias cheias de boa-vontade (ou nem por isso) que são o norte (ou desnorte) da comunicação social em Portugal (e não só), devem ser filtrados nestas apesar de tudo curtas-metragens que vão enchendo as prateleiras de

Telegrama 027

027 Continuar a falar num Estado de Direito não faz sentido. Desde há muito que sabemos que não vivemos (e que não viveremos nunca) num verdadeiro Estado de Direito. Só não o conseguimos (e não o conseguiremos nunca) provar.

Mais ardor, disse Ortiga

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O presidente da Con fer ência Episcopal Portuguesa , D. Jorge Ortiga (o metrossexualzinho da imagem), parlou em Fátima perante 20 mil pessoas - diz o Público. O arcebispo bracarense relembrou que a igreja portuguesa sempre foi "verdadeiramente missionária e evangelizadora" e que "este tempo exige novo ardor e empenho na evangelização" . Bom, devo dizer que ouvir este Dom a defender um revigorar do ardor evangelizante me deixa meio de pé atrás. Afinal de contas, o historial da igreja portuguesa não é propriamente flôr que se cheire, especialmente se rememorarmos as acesas campanhas de evangelização ali ao Rossio ou as incisivas missões a rasar a costa africana e pelo Brasil adentro. A ver vamos. De resto, o que me deixa algo apreensivo não é a improbabilidade de termos um revival desses tempos de clímax religioso do Portugal imperial; o que me banza é a repetida referência (& sua exploração como base e fundamento) a um passado que por linhas tortas se cons

Continente de Mafra envolvido em escândalo de moedas falsas

O novo hipermercado Continente, em Mafra, encontra-se desde ontem debaixo de intensa investigação policial, sendo que, ao que pudemos apurar, tem funcionado como núcleo de uma rede de distribuição de moedas falsas. A denúncia anónima foi ontem recebida pela polícia local, que de pronto tomou providências. Não obstante todo o aparato e secretismo ao melhor estilo C.S.I. Las Vegas que desde o primeiro momento se verificou nas instalações da grande superfície, soubemos de fonte próxima das autoridades que se trata, mais propriamente, da distribuição ilícita de moedas falsas de 50 cêntimos, sob o pretexto de servirem para utilizar os carrinhos de compras. A mesma fonte adiantou que já foram detidas oito pessoas para interrogatório, todas elas operadoras de caixa daquele espaço comercial que, no momento da detenção, estavam na posse de moedas falsas "com a clara intenção de as distribuir aos clientes". Conseguimos recolher algumas opiniões de consumidores que ali tratavam do seu a

Fragmentos XIX

(...) O amor só se completa depois que a relação estatutária e socialmente consagrada como sua mais idónea concretização se consuma e, sobretudo, se fina, e não é justamente no momento do seu término, não senhor, leva tempo, quanto, ao certo, não sei, é conforme cada qual, mas estou certo disto que te digo, e mais te digo, aqui entre nós que ninguém nos ouve, se é certo que o amor traz felicidade, e parece, com efeito, ser isso que o amor traz, eis tudo porque não sou feliz. Ele dizia-me isto com um sorriso murcho que parecia realmente querer disfarçar a sua profunda tristeza (ou seria frustração?). Parecia, também, desforrar-se (como se dum jogo se tratasse) por ter tão completa consciência do porquê e como daquela eterna ruga que lhe marcava o rosto e a fisionomia. De resto, tudo tinha para, seguindo a sua teoria, “completar” o amor e ser, assim, feliz: bastava-lhe tão-só pôr cobro à relação que tinha, nada mais simples. Mas e a dor?, murmurava ele com o olhar fixo no nada. Ora, é o

Obituário: Ary dos Santos

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A "Estrela da Tarde" , de José Carlos Ary dos Santos (7 de Dezembro de 1937 - 18 de Janeiro de 1984)

Tertúlia Virtual: Fogo 8

Cessar-fogo [unilateral israelita]: Vamos parar de matar inocentes. Por agora.

Telegrama 026

026 A carta de Obama às filhas é o último grito da propaganda política. Não sei que pensar. Será que tanta esperança neste homem se justifica? Será que ele vai ser, realmente, diferente?

Vírgulas

José Miguel Júdice provoca-me uma ligeira urticária. Este senhor, ex-Bastonário da Ordem dos Advogados (não gosto "da tradição francesa de continuar a dar os títulos a quem desempenhou funções de destaque"), tem o seu tempo de antena garantido no Público (e na Antena 1, etc.). Na edição de ontem do jornal diário, nas páginas finais, sob letras garrafais dizendo "Espaço Público" (algo dúbio este conceito de «espaço público»), o senhor José optou por falar de um tema que, diz ele, revela "uma mentalidade mesquinha e arrevesada que vezes de mais nos caracteriza": a cultura de excelência e o comportamento dos portugueses (a quem ele se parece referir, incluindo-se, com aquele "nos") perante a dita-cuja. Tema interessante e, até, pertinente nesta época de crises financeiras e prémios planetários ao amado-odiado CR7. Mas ainda que nos três quartos de página que ocupou outras coisas me tenham parecido afectadas por uma certa - o senhor Zé Miguel sabia d

Telegrama 025

025 Os dias 16 tornaram-se especiais há mais de 5 anos. E ainda és a minha Princesa Y

Cuidado, Senhor Presidente!

Lili Caneças, José Castelo Branco, Aníbal Cavaco Silva: tomai atenção! Depois das dioxinas dos porcos irlandeses , soubemos hoje que a toxina presente no Botox pode propagar-se para outras zonas do corpo. O que será das nossas mais destacadas personalidades? Ai, que horror!

Maniqueísmos & propagandas

Foram precisos 8 longos anos para que a intolerância maniqueísta imposta como moralmente obrigatória relativamente ao «terrorismo internacional» pós-11 de Setembro - fosse, finalmente, posta em causa por um alto governante. David Miliband, MNE inglês (ou algo equivalente), aquele que nos Jerónimos assinou o mal-amado Tratado de Lisboa, contrariou o conceito de «guerra ao terror» difundido pelo governo norte-americano: que, na minha opinião, remete para a ideia hollywoodesca de um arqui-inimigo maléfico e obscuro, que, a qualquer momento, no mais improvável ou seguro dos lugares, por pura e gratuita maldade, pode atacar - e que foi, de resto, reiterada na última conferência de imprensa do texano , com o seu discurso vincadamente terrorista (porque lança , ou isso parece intentar, o terror: com a sua vaguidade, entoação, terminologia, temática, etc.). Enfim, importa evitar conclusivismos em matéria tão vasta e complexa. E talvez importe também analisar com atenção o contexto em que sur

Telegrama 024

024 Hoje junto-me à Tertúlia Virtual , de Jorge Pinheiro e Eduardo P. L . Nada mais simples: "um tema mensal, todo dia 15".

Tertúlia Virtual: Fogo 7

Fogo de vista: Fábio era presença assídua no ginásio. Trabalhava diariamente os seus músculos. Depois do duche, media o seu bicep, verificava os seus abdominais. Não dispensava as proteínas. Em casa, no trabalho, não perdia uma ocasião que fosse para dar uso à sua força, para exibi-la, sempre pronto a mover um armário, a acartar um caixote. Cuidava do seu aspecto. Gostava de flirtar com as colegas do serviço, com as passageiras do metro, com as funcionárias do café. Mas eis que recebia novamente uma daquelas mensagens: Fábio, desculpa, mas não estou satisfeita... com a nossa relação. Amigos como dantes, claro.

Tertúlia Virtual: Fogo 6

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Fogo, Essa Mulher é: Ana Beatriz Barros. .

Tertúlia Virtual: Fogo 5

Fogos-fátuos: No pequeno cemitério que repousa junto à capelinha do Vale do Ó, na margem esquerda do rio, noite sim, noite não, sempre à volta da meia-noite, lá via eu aquele vulto negro debruçado sobre uma campa a alumiar uma vela ou algo que o valha. A princípio estranhei, achei até meio sinistro. Comentei a cena: e logo me disseram que devia ser uma bruxa. Fiquei muito mais descansado.

Tertúlia Virtual: Fogo 4

Fogo amigo: Ou friendly fire , na versão televisiva. Síntoma de doenças várias, contraria também os prognósticos maniqueístas. Afinal de contas, parece certo que numa guerra há também vítimas entre os agressores. Em regra, os que Empurrados Iludidos Encurralados sujam as mãos.

Tertúlia Virtual: Fogo 3

Fogo posto: Há terrenos com um potencial imobiliário extraordinário que depois de queimados ficam mais em conta.

Tertúlia Virtual: Fogo 2

Fogo-de-artifício: Embasbacados. Os olhos pregados no céu, os pescoços torcidos. As canas, invisíveis, caindo lá longe. Os rostos reflectindo as cores, o rio reflectindo as cores, a estátua equestre reflectindo as cores. As luzes subindo num repuxo, as luzes descendo em cachos. O estrépito do final a ecoar na praça quadrada. Com o último foguete vieram os aplausos da assistência. 21 minutos antes era 2008.

Tertúlia Virtual: Fogo 1

Fogo: s. , m. , (...) int.! , bolas, apre, irra, livra, xissa, porra, fónix, fosga-se.

Telegrama 023

023 Hoje é o meu derradeiro dia de trabalho enquanto Recepcionista de 2.ª. No profundo desejo (na vã esperança) de não ter de voltar a vestir esta pele num qualquer futuro, aqui assinalo, a três tempos, o que mais me marcou nesta apesar de tudo inolvidável experiência: um , dois & três .

Leituras aconselhadas: actas da AML (2)

Transcrevo em seguida uma passagem (pp. 4 e 5) da Acta n.º 27, Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa, de 27 de Abril de 1999. . "----- O Sr. Domingos Miranda Lavado, morador na Rua vice-Almirante Augusto Castro Guedes, torre 16 – 8ºA, 1800-342 Lisboa, disse que foi concessionário do bar do Teatro Maria Matos até ao dia 2 de Março, data em que terminou o respectivo contrato. Meses antes, porém, fizera um requerimento ao Sr. Presidente da Câmara para ser admitido ao concurso que se viesse a realizar, mas desse requerimento nunca teve resposta, tendo feito depois outro à Srª. Vereadora Maria Calado, responsável pela Cultura, mas também desse requerimento não teve qualquer resposta. -------------- ----- No dia 4 de Março, pela boca do responsável pelo Teatro, Sr. Luís Pires, foi-lhe então comunicado que até ao dia 7 de Março, portanto três dias depois, ou tirava tudo o que tinha no bar ou lhe movia uma acção de despejo. Por isso, no dia 7 de Março teve que sair com cerca

Leituras aconselhadas: actas da AML (1)

Transcrevo em seguida uma passagem (p. 6) da Acta n.º 3, Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Lisboa, de 20 de Dezembro de 2005. . "----- O Sr. Humberto Tavares Norton da Costa, morador na Av. João Paulo II, Edifício Central da Cotovia, 3º 2970 Sesimbra, disse que vinha para abordar uma questão que já foi referida pelo munícipe que interveio em segundo lugar, que tinha a ver com a questão do encurtamento de carreiras pela Carris. Não era só a carreira 31, era também a 51 e outras carreiras que estavam a ser encurtadas, era uma pescadinha de rabo na boca já que cada vez andavam menos pessoas nos transportes públicos e por via disso cada vez mais as carreiras eram encurtadas, e portanto seria bom que a Câmara também pudesse intervir a esse nível. ------------------------------------------------ ----- Depois, fez votos de um bom Natal e um bom ano de 2006 para a Assembleia Municipal e para a Câmara, em especial para o Sr. Presidente da Câmara a quem endereçou as maiores felic

Telegrama 022

022 14h32 , cliente, na recepção: Boa tarde, tem quartos disponíveis para 2 pessoas? (...) OK. (...) Sim, senhor. (...) Desculpe, tenho de colocar aqui a minha morada? (...) Quero pagar já, se faz favor. 40, não é? (...) Isto é quê, 1.º andar? Tem acesso pela garagem? 16h09 , cliente, na recepção: Está tudo, é só devolver a chavinha, não é? (...) Essa folhinha amarela que eu preenchi há pouco, hm, fica com vocês?

Telegrama 021

021 "Que não se fique admirado (...), não é exclusivo da Casa Pia nem é exclusivo do nosso país, tem acontecido em várias partes do Mundo" - eis tudo o que de acertado disse hoje Sua Senhoria o Senhor Doutor Sá Fernandes.

BALANÇO AO BALANÇO IV: APOTEOSE & OBSÉQUIOS

O Balanço i foi um sucesso. Reiteramos, sobretudo, a sua utilidade. Sustentamo-nos nas evidências e comprometemo-nos a um Balanço 2009. Algumas figuras continuarão a constar na lista de nomeados, como O Senhor Primeiro-Ministro, Leopoldina ou Aníbal Silva. Quanto a outras, como Manoel de Oliveira, Mário Nogueira ou Oliveira e Costa, a ver vamos - mas duvidamos. O Balanço i é um exercício idóneo e esmerado que se constitui como um registo indirecto de fogachos, momentos & episódios vários, difundidos nos mais variados substratos e escalões, esferas e proporções da sociedade portuguesa (principalmente). É datado, é livre e é cromaticamente animado por um fundo sócio-cultural muito preciso e direccionado: a sua cor é o azul, sendo que o azul remete para os mares e para os oceanos: mares & oceanos esses que foram meio para o sustento e o sustento propriamente dito de gerações inúmeras paridas e criadas neste país que nos pariu e nos criou: e o historial desse meio e desse fim c

BALANÇO AO BALANÇO III: AS RESTANTES 5 & ALGUMAS DECLARAÇÕES A PROPÓSITO

Na categoria "Apresentador do Ano" O Senhor Primeiro-Ministro foi o preferido dos votantes, numa irónica reacção à gralha que, inadvertidamente, o registou como nomeado nesta secção. Com efeito, só com o fim da votação nos demos conta desta embaraçosa falha da nossa parte e, obviamente, já endereçámos as nossas mais sentidas desculpas a´O Senhor Primeiro-Ministro. No entanto, mais uma vez ficou comprovado que as capacidades que se reconhecem publicamente a´O Senhor Primeiro-Ministro vão muito para além da Engenharia. O experiente Big Show João Baião, a bem-casada Leonor Poeiras e a siliconada Luciana Abreu ficaram a milhas dos resultados d´O Senhor Primeiro-Ministro. De resto, já todos o louvaram bastamente nos meios de comunicação social, desde os cor-de-rosa aos cor-de-burro-quando-foge. Na categoria "Velho do Ano", o centenário Manoel de Oliveira foi o justo vencedor. Realmente, é matemático: ele é o mais velho dos nomeados. O realizador mais idoso do mundo em

Telegrama 020

020 Nos idos de 1994: - Esse é o seu filho, Dona Celeste? Está um homenzinho! Então diz-me lá, rapaz, que é que queres ser quando fores grande? - Recepcionista.

BALANÇO AO BALANÇO II: AS 3 PRIMEIRAS & 3 VIVAS AO SR. 1º-MINISTRO

Na categoria "Político do Ano", a vitória sorriu, é claro, a´O Senhor Primeiro-Ministro. O nosso mais brilhante Engenheiro transpirou forte e feio todo o 2008, mas valeu a pena. A deputada-modelo Marta Rebelo e o re-ressuscitado/mal enterrado PS Lopes viram-se obrigados a encavalitarem-se no segundo degrau do pódio, onde, revelando apurados dotes de oportunismo (genérico), protagonizaram cenas de um erotismo rasco e embaraçoso, cada qual motivado pelo seu interesse próprio (mais animal o do senhor Pedro, mais profissional - apesar de tudo - o da senhora Marta). Manuela Ferreira Leite, despojada do seu apelido do meio no momento do registo na enquete, viu-se pontapeada para o mais cruel dos anonimatos e levou 0 (zero) votos. É o que dá não ter o que quer que seja para compensar tamanha fealdade. Na categoria "Presidente do Ano", Luís Vieira e Oliveira e Costa sagraram-se vencedores, com 33% dos votos cada um. No entanto, o presidente benfiquista entregou esta manhã u

BALANÇO AO BALANÇO I: APRESENTAÇÃO & VÉNIAS

E os vencedores do Balanço i são: And the winners are: "Político do Ano" (ou "do Ânus"): O Senhor Primeiro-Ministro. "Presidentes do Ano": Luís Filipe Vieira e Oliveira e Costa, ex-aequo. "Desportista do Ano": Hulk! "Apresentador do Ano": O Senhor Primeiro-Ministro. "Velho do Ano": Manoel de Oliveira. "Estrangeiros do Ano": Pablo Aimar e Sarah Palin, ex-aequo. "Bigode do Ano": Mário Nogueira. "Cantor do Ano": José Castelo Branco. Em primeiro lugar, o nosso muito obrigado a todos quantos deixaram o seu valoroso contributo para que esta importantíssima votação chegasse a bom porto. A participação foi massiva - o que, a par da perspicaz e incontestável escolha das categorias a concurso e seus respectivos candidatos, confere a este exercício de escrutínio um valor indizível, sobretudo no que concerne à sua representatividade e utilidade. Em segundo lugar, os nossos mais sinceros parabéns aos felize

Telegrama 019

019 Mais de 660 mortos e mais de 2900 feridos - isto importa: o resto é merda.

Telegrama 018

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018 A ofensiva israelita já matou 87 crianças . Isto faz todo o sentido. .

Muito fumo, muito boi, e já passou um ano

O ano passado, por esta altura, o grosso dos intelectualóides portugueses insurgia-se contra a restrição ao fumício em locais públicos que arrancou no primeiro dia de 2008. Esse gado afectado e cheio de si lá foi – como é seu apanágio – esbanjando o espaço do espaço público (publicado) com as suas birras umbiguistas e questiúnculas de meia-tigela, enformadas sempre na mais impecável das retóricas e adornadas sempre pelos seus factores externos de credibilidade (que tantas vezes constituem exactamente o todo dessa mesma credibilidade) – dos três nomes falo, das barbas falo, dos semblantes falo, dos títulos falo, das estantes de livros ao estilo de papel de parede falo. Desgraçadamente, lá foram zurrando contra uma suposta violação de direitos e liberdades individuais; lá foram balindo argumentos de índole económica da mais elementar ingenuidade – do encerramento massivo de bares, restaurantes e discotecas falo, da quebra drástica de receitas oriundas de impostos para o governo & sua

Manif pró-descontos nas pulseiras Pandora para as clientes assim mais para o fortezitas reuniu 32 mulheres em Lisboa

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Tem subido de tom a contestação das fortezinhas e das pulsudas portuguesas contra os fabricantes e revendedores das famosas pulseiras Pandora . O coro de protestos chegou hoje ao seu zénite na Praça do Comércio, onde desaguou ao começo da noite uma volumosa manifestação, tendo começado cerca das 10 horas da manhã no Marquês de Pombal e após ter cruzado toda a Avenida da Liberdade, Praça do Rossio e Rua Augusta. O movimento acabou por ganhar contornos de marcha lenta, não tanto em função do planeamento e escolha de forma da cabeça do protesto, mas, isso sim, por terem as manifestantes feito escala demorada nas inúmeras lojas que foram encontrando ao longo do percurso. Pelo caminho, as protestantes foram gritando surpreendentes e algo desarticuladas palavras de ordem como “A luta continua, descontos para os pulsos largotes na rua” ou “Pandora, Pandora, Pandora, as cheias de pulso lutam pela sua hora”. Conseguimos chegar à fala com algumas das contestatárias e recolher alguns depoimentos,

Em 2009, nada de novo (ou não)

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O PR disse , com aquele semblante dorido e grave que lhe conhecemos: "não devo esconder que 2009 vai ser um ano muito difícil" . Dizem as gentes que para bom entendedor meia palavra basta, e é bem verdade. Aníbal Silva não o disse expressamente, mas todos lemos: "2009 vai ser um ano muito difícil [para alguns, os mesmos dos anos passados]". Na mesma linha, o Papa disse que a situação exige de todos "mais sobriedade". Com efeito, Bento XVI discursa habitualmente sóbrio. Disso ninguém o pode acusar. Quanto ao outro Bento, o Paulo (o número deste não sei, mas ele jogava com o XVII, não era?), ninguém disse nada. Por terras de Alvalade, treinador e presidente são tema tabu, o que tem, sem dúvida, as suas vantagens: todos sabemos que, quando as gentes do futebol abrem a boca, ou entra mosca ou sai (...) asneira. Assim, em silêncio, não há baixas a assinalar. Mas queria chamar a vossa atenção para isto: no artigo do Record dedicado a este não-assunto , já se o

Telegrama 017

017 Ano novo, vida nova. Ou melhor, ano novo, ano novo (na data).