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A mostrar mensagens de setembro, 2010

Breve porém séria apreciação dos oceanos e continentes, dos deuses e das gentes, onde se botam aspas na gíria da Ordem e que parece acabar a meio.

Cada vez são menos os que se aborrecem com a sua própria insatisfação perpétua. (Uns há até que se proclamam "contentes", o que, a não ser uma pobre mentirita, é sintoma de uma sensaboria atroz.) Isto, por norma, das duas uma: ou se fica a dever à mais elementar e insondável mitomania, flagelo quase tão soberano no espírito dos nossos concidadãos como a obesidade o é nos seus corpos; ou (quiçá por obra & graça de deus nosso sr. o consumo de Consumo - telefones móveis e anti-depressivos à cabeça) antes se trata de andarem os nossos concidadãos muito singela e ditosamente no mais perfeito alheamento. Claro está que ter boa parte da "população activa"/progenitura em tamanho estado de dormência cerebral - além dos colossais benefícios económicos que traz no bico - é coisa que, com a pachorra e a certeza dum ácido, e por via da educação, da instrução, da imitação e da genética - entre outras de menor arcaboiço -, sempre vai carcomendo (ou ajeitando) os miolos dos nos

Arte urbana

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Avenida Fontes Pereira de Melo, Lisboa. [clique para ampliar]

Num jardim pela paz

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aborrecimentos da ética

é normal, enfim, desejar álibis para as diversas ocorrências do dia-a-dia. o sujeito a quem as circunstâncias absolvem de qualquer culpa ou obrigação goza da maior das benesses: a imunidade perante os aborrecimentos da ética. um idoso tropeça à nossa frente. não o podemos ignorar, por maior que seja o contratempo. isto é especialmente verdade se houver testemunhas. agora, se virmos, ao longe e fora do nosso raio de intervenção, um velho a cair, então sim vamos poder tudo, incluindo querer ajudar. nesse caso, as cirscunstâncias foram-nos eticamente simpáticas: pelo simples facto de nada podermos fazer, podemos ser quem quisermos parecer (ou parecer quem quisermos ser). e isso é bom. diz deleuze que a ética é estar à altura do que nos acontece. justamente, esse é o maior aborrecimento da ética: o risco arbitrário de não estarmos à altura.