Do Corona
Acabo de ouvir uma declaração de José Alberto Carvalho, pivot da TVI, a propósito da actual crise pandémica e registada durante a transmissão do telejornal. Trata-se de um relato emocionado donde relevam dois episódios de cunho íntimo: um, sobre o falecimento de uma pessoa próxima de quem não foi possível, dadas as circunstâncias, despedir-se condigna e afectivamente; outro, sobre a situação mais ou menos abstracta de um médico que, por estes dias, para protecção dos seus, não pode dormir em casa, não pode tocar nos seus filhos, quadro simbólico da condição presente destes e doutros profissionais de Saúde. Mas o que seria a partilha de uma perspectiva que, apesar de pessoal, poderia ter a virtude de ser ilustrativa e, de certo modo, mobilizadora, acabou por resultar em mais um momento de desproporcionado e patético dramatismo dos muitos a que tem sido possível assistir nas últimas semanas – de que o discurso de Rodrigo Guedes de Carvalho tem talvez sido o pináculo. A caracterização...