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A mostrar mensagens de dezembro, 2021

A recomendação prometida

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Eis que se anuncia a vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos. Apurou-se, garantem-nos, que é seguro . Isso basta, parece: que não seja inseguro. Sobre a lógica na gestão e precedência de recursos ou quanto à prevenção efectiva de problemas sanitários, tudo se me afigura vago. Enfim, alguma coisa se há-de ganhar na protecção destas crianças e na protecção comunitária. Olhando, porém, a variáveis como a mortalidade e a doença grave (os dois maiores ganhos que vão sendo associados à vacina) ou mesmo a propagação viral desta população, não é fácil de, de um ponto de vista não-político-partidário, seguir esta dinâmica vacinal e sobretudo as crescentes restrições cívicas associadas à não-vacinação. Queiram aliviar os mil constrangimentos à vida escolar e já não terá sido em vão. De uma maneira ou de outra, estamos próximos já da vacinação universal, bem para lá de qualquer uma das marcas que nos foram sendo apresentadas para uma pretensa imunidade de grupo. Que, apesar de termos quase 90% d

Stock para 2023, stock antes da autorização técnica & ainda a Omicron

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Acabo de ouvir na emissão da Sky News que o SNS do Reino Unido adquiriu já 114 milhões de doses junto da Pfizer e da Moderna. Para o próximo ano  e o seguinte . Soubemos a semana passada que o governo português tem já 300 mil doses a postos para o próximo dia 20 e que tem já contratadas com a Pfizer outras 460 mil a chegar a Janeiro, destinadas todas às crianças na faixa etária dos 5 aos 11 anos. Antes  sequer de haver qualquer luz verde para a sua administração. Ainda sobre o isolamento de toda a região sul de África em pretensa resposta à identificação de uma nova variante especialmente perigosa - é uma medida apontada por inúmeros especialistas como extemporânea e, mais do que isso, errada, com impactos seriíssimos em termos socias, económicos e mesmo civilizacionais. Não só, ao que se vai sabendo, havia já registo prévio de casos associados à Omicron fora de qualquer dos países daquela faixa sul-africana, como interditar ligações (sobretudo) aéreas é uma medida gritantemente políti

O arroz de pato e duas artes que rareiam

Tenho ao meu lado quatro cavalheiros discutindo gravemente os filetes de pescada, os arrozes de pato, os enchidos da casa tal, se o frango é caseiro ou se não é, e que se não é logo o resto fica desengraçado, diz-se O melhor filete do Porto é em tal sítio, outros dois aprontam-se a contestar que Isso dizer-se uma coisa assim é preciso cuidado e um terceiro, num aparte, com peso, com filosofia mesmo, suspendendo o cálice de moscatel a meio caminho da boca, vai que Um filete tem muito que se lhe diga, ao que o primeiro concede, refere uma matemática sobre a legitimidade de se afirmar algo como o que acabara de afirmar, Só conhecendo 100 sítios, só aí se dirá Em tal sítio come-se O Melhor Filete do Porto, mas logo acrescentou, num misto de humildade e desafio, Mas isto dizem-me os meus colegas do Porto, não sou eu que o digo, do Porto percebem eles, e em torno da mesa, de par com uns goles breves nos copinhos de branco, corre um murmúrio de reconhecimento e pacificação. Seguiram ainda ret

Omicron, o Super-Mutante

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Foi sábado passado, há tão somente 4 dias, que a OMS baptizou mais uma nova variante do não-tão-novo coronavírus, identificada pela primeira vez na África do Sul. E logo o Hemisfério Norte isolou profilaticamente todo o sul de África. É um pedaço de absurdo que rivaliza em tamanho com a Muralha da China. E que, como ela, se avista do espaço, como fica claro na imagem de satélite que segue. Passar para cá do risco vermelho ou fazer, à direita e à esquerda, a travessia oceânica, tornou-se literalmente da noite para o dia uma quase-impossibilidade. Do pouco que restou depois de decretados novos fechos de fronteiras (Israel, Japão) e posto em marcha o corte abrupto das ligações com aquele conjunto de países (quase todos os países europeus, Brasil, Austrália, Angola, vários outros), avulta o reforço das restrições às chegadas. Entre exigências cumulativas de certificados de vacinação, testes negativos (à partida, à chegada, em dias consecutivos após a chegada, o diabo a sete) e isolamentos