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A mostrar mensagens de dezembro, 2008

Telegrama 016

016 Ah, e para o Turism o N acional também. Essa pérola.

Telegrama 015

015 Feliz Ano Novo. Especialmente para o Paulo Bento.

A loja dos Segredos das Mulheres

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Enfiámos por uma loja adentro cujo nome era, com a maior das pretensões, "Segredos das Mulheres". De nariz torcido, enfim lá me deixei ir. Ao cabo dalguns minutos a desbravar caminho entre cuecas e pijamas a toque de catana, já desdenhando da pretensiosa casa que, afinal, segredos nem vê-los - deparo-me com isto: um soutien com uma embalagenzinha de gel dentro dum bolsinho interior dissimulado junto à base da copa! Diria mesmo hipocritamente dissimulado ! E para quê? Para arrebitar os peitos, para agigantar os seios! Que estrondosa revelação! E as suas implicações! Oh, as suas implicações! Foi portanto num misto de assombro e indignação que ali fiquei ainda uns bons segundos segurando pela rendinha da alça o soutien azul-bebé etiquetado a 14.95€. Sim, isto importa igualmente: por uns míseros 14.95€, os homens são infamemente ultrajados por essas doentias mentes femininas que não olham a meios para atingir os seus imorais fins! Ah, a indignação que senti! Por pouco me não co

Telegrama 014

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014 Tomar partido por Israel (leia-se Governo israelita) ou pelo Hamas depois do que ambos fizeram nos últimos anos é o mesmo que aprovar a barbárie . .

Telegrama 013

013 Recebo 7 cancelamentos Booking: 6 são de portugueses, 1 é dum holandês. O motivo dos portugueses é: «personal or family reasons». O do holandês é: «i found a better price elsewhere». Se é que diz alguma coisa - o que quererá isto dizer?

"Contra o fim do trabalho"

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Domi nique Schnapper , em 1997: "o cidadão moderno adquire a sua dignidade trabalhando". Ainda Schnapper: "É preciso não pensar contra o trabalho - é utópico e, portanto, não ajuda ninguém (...)". E mais: "Na nossa tradição, o Homem realiza-se por si próprio e exprime a sua plena humanidade através do trabalho". . Não sei o que pensar. Por um lado, o seu discurso é terrivelmente realista. Com efeito, pensar a sociedade ocidental sem trabalho é praticamente impossível. A sua força normativa, sobretudo, é central na nossa organização social. E, fatalmente, apresenta-se como o melhor sistema de distribuição de riqueza. Por outro lado, ou ao mesmo tempo, se é utópico pensar contra o trabalho, falar no trabalho enquanto meio para a dignidade humana é evidentemente irreal, senão demagógico. Além disso, a dupla dimensão a ele atribuída de cidadania-produtivismo tem muitas vezes uma concretização prática diametralmente oposta, constituindo justamente o traba

E quando a guerra acabar...?

Já anoitecera e havia um cheiro a castanhas na travessa do Ateneu. Uma chuva miudinha dava um brilho de invernia aos edifícios oitocentistas da Baixa e convidava aos cafés. Era noite de circo e aquelas ruas estavam cheias - e que belas ficam aquelas ruas assim. A bicha ia do Coliseu ao Rossio. A meio caminho, na mesa única da esplanada de um pequeno tasco, três homens tocavam guitarra. Um deles também cantava. Na mesa, contei nove garrafas de cerveja. Nenhum copo. Do burburinho da fila e do ruído automóvel das ruas paralelas, erguia-se a voz rouca do cantor amador. A rouquidão era a expressão do seu sofrimento, era o prolongamento da sua revolta. E dizia assim: . "Eu nasci pra ser soldado Eu nasci pra ser soldado Eu nasci pra ser soldado E quando a guerra acabar...?"

Telegrama 012

012 Feliz Natal.

A segunda lágrima

O Natal é por excelência a época da segunda lágrima do kitsch kunderiano: que coisa bonita, comovermo-nos como toda a humanidade se deveria comover com a solidariedade para com os mais desgraçados e a sua pobre Consoada. Esta lágrima é sobretudo vertida no sofá, frente ao televisor. O espectáculo entra timidamente em cena em meados de Outubro, e, num crescendo imperceptível, atinge o histérico apogeu na primeira semana de Dezembro. Importa, além do mais, convencer as pessoas em tempo útil. É tamanha a pressão do kitsch natalício, em especial da segunda lágrima, que esta é também uma época de uma certa anti-moda: no seu manifesto, repudia o consumismo, destrata o Pai Natal, brame pelo Menino Jesus, urra pela festa da família. Isto na sua variante mais difundida. Como em tanta coisa, vêm ao de cima posições extremistas. Como sempre, o debate é nado-morto, as gentes reduzem a conversa a uma guerra de volume e perdigotos, e o trigo e o joio apertam-se num amplexo. Em natais vindouros,

Telegrama 011

011 No front office: - Para fazer check-in? (...) Tem o seu voucher? No back office: - Menos 20% de early booking, sim . (...) Sim, é bed and breakfast.

Telegrama 010

010 Oh! turismo, inda t´ adoro. Oh! turismo, a ceia de Natal num tupperware. Ó turismo, a quanto m´ obrigas.

Até à vista, Zé Manel

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O famoso deputado do Assembleia Legislativa da Madeira eleito pelo Partido da Nova Democracia , José Manuel Coelho (na imagem, ao seu mais alto nível), anunciou que vai arrumar as botas . A partir de 1 de Janeiro, cessa funções. É pena. Mas o homem diz-se "fatigado das grandes lutas que o PND travou nos últimos te mpos". Coitado. É tempo do seu merecido descanso. Que descanse bem, pois a Democracia na Madeira e em Portugal - e, porque não, no Mundo - precisa dele activo e interveniente. Ele, de resto, como é seu apanágio, não foge com o peito às balas: "vou assentar arraiais em Câmara de Lobos para combater esse inimigo infiltrado, a bengala do PSD, que domina metade do PS (...)". O futuro ex-deputado não se coíbe de chamar as coisas pelos nomes, e fá-lo com um palavreado que importa reter. Na verdade, importa também observar-lhe a figura, o semblante, reparar no nariz, na careca, na estatura; e ouvir-lhe a voz, especialmente o tom, o sotaque; e conhecer-lhe as acçõ

Ninguém me representa

Os governos democraticamente eleitos em sufrágios universais representam a vontade popular e têm como missão primeira defender os interesses da população. Então para que servem os sindicatos? Por exemplo, o Governo propõe um aumento salarial de 2,9%. Supostamente, a representação popular a que aludi dispensa a intervenção de outro agente, como, no caso, os sindicatos, porque isso constitui uma sobreposição de objectivos e funções. Afinal de contas, o Governo apresenta este valor enquanto concretização da melhor defesa possível do bem-estar dos eleitores, enquanto a maior subida salarial possível a bem das contas estatais. Ou isso se espera. Os sindicatos, neste caso particular , contrapõem com aumentos na ordem dos 3,5%. O que significa esta diferença de propostas? Que os sindicatos representam melhor os interesses dos trabalhadores? Poder-se-á falar numa complementaridade entre governos e sindicatos. Mas as inter-relações entre estes são, em regra, de confronto e discordância. Quando

Fóruns de opinião pública

Os fóruns de opinião de ouvintes e telespectadores são, apesar de tudo, um dos melhores meios de expressão pública existentes. Nestes fóruns, o cidadão anónimo tem valioso tempo de antena para emitir a sua opinião pessoal, frequentemente desprezada e manietada. Da posição de mero espectador de um imenso espectáculo radio-televisivo que, apesar de fugir de todo ao seu alcance e, tantas vezes, vontade, determina em muitos aspectos o seu dia-a-dia em casa, no trabalho e no descanso, o Zé Ninguém vê-se assim com a chance de dizer de sua justiça a muitos outros zés e, a tanto possa a esperança, uns poucos de politicões. Como em tanta outra coisa, o seu uso deve ser regulado pelo bom-senso e pertinência, não vá dar-se azo a que se restrinjam as condições de participação e transmissão, ou, até, se encerrem estes espaços. O perigo de semelhante mudança acontecer parece-me real, especialmente no caso dos fóruns da rádio e da televisão públicas, que, ainda que pareça certo que se regem pelos me

Telegrama 009

009 Morreu anteontem Mark Felt, o "Deep Throat" . Para a posteridade ficarão as dezenas de filmes pornográficos que lhe usaram a alcunha. . (Actualização a 22/12: v. correcção (alheia) nas Achegas.)

Testemunho 003

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Oi, meu nome é Gracy e gostaria de falar a vocês do meu milagre. Desde cachorrinha que a minha vida foi dura. Desde logo, a briga para mamar as tetas da minha progenitora era feia. Os meus irmãos eram beras e acabavam sempre me deixando para trás. Não mamava o suficiente e por vezes as forças me faltavam. Virei magricela. Algumas semanas mais tarde, quando um humano alto nos colocou a todos num caixotinho de cartão lá junto à entrada do mercado, quem passava acaba sempre escolhendo eles e não eu. Fui restando, restando, até que fiquei sozinha lá no cartão. Ninguém me queria, assim magra, para mais cadela, né? Sabia que o humano altão não queria a gente, que se não houvesse quem me pegasse ele me botaria fora. Já a noite ia caindo, já as luzes da rua se iam acendendo, e nada. A minha esperança era cada vez menor. O altão estava perdendo a paciência, e eu, ali, sem jeito, sem saber o que seria de mim. Aí, vindo de parte incerta, surge um humano lindo, alto também, com um pêlo loiro lindo

Telegrama 008

008 Tem o sei quê de incompreensível ver o Benfica feito num oito. Enfim, ninguém tinha esperança nos 8-0, 9-1, 20-12 ou 77-69. Mas, no estado de crise em que o país foi mergulhado, exige-se aos órgãos de soberania que enviem sinais positivos à população.

Telegrama 007

007 Grama, Telegrama.

Telegrama 006

006 Em tese, é tudo muito bonito. Lafargues , Blacks & afins - OK, está tudo muito bem. Mas, sei-o por experiência própria, não se pode cagar no trabalho. Mesmo em época-baixa. . (Actualização a 23/12: v. esclarecimento em Achegas.)

Porra, é do caraças

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Com a proverbial pachorra dum Recepcionista de 2.ª no pico da chamada «época baixa» - estupenda época! -, chafurdei um bom par de horas no lodo dos blogs do Parlamento , esse barrento espelho de lama onde o vácuo mental dos nossos sumos representantes brilha com especial pujança. E fi-lo porque aqui há dias deparei-me, igualmente nestas 8 horas de profissional preguiça, com o blog de Marta Rebelo (para os que não sabem - seus grandes burros! - é deputada socialista - e, já agora diga-se, bem bo...nita), o que foi p ara mim uma experiência de memorável nojo. Então pensei: se o daquela é daquele calibre, como serão os dos outros? E então deparei-me com isto . Com o singelo título de "A página A4...", onde, até para sublinhar a singeleza da coisa, não faltam as reticências, o post do deputado - também PS, que engraçado! - Bravo Nico (o estiloso da fotografia) refere-se a um fenómeno que, sem ironias, julgo ser muito pertinente: o da, usando as suas palavras, "partic

A sublime tristeza da revolta impotente

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Há algo de trágico e cómico no momento. O jornalista que arremessou o sapato a Bush será certamente prejudicado por aquele acto. E nada mudará. É sublime a tristeza da revolta. É pungente a tristeza da impotência. . [ver vídeo]

Lembrete

Quando falei em descaramento ministerial , nem sequer me ocorreu que a cena punha a nu outra situação: a dos acordos de bastidores entre governantes e jornalistas - o que será, tudo indica, um upgrade democrático das «conferências de imprensa sem direito a perguntas» que aqui há tempos estavam na berra. E o facto de ter sido um repórter da RTP a quebrar o compromisso permite uma outra constatação: a de que os seus colegas das televisões privadas, mais obedientes, o cumpriram.

Telegrama 005

005 O Natal é Amor, é festa em Família, é Jesus, é o sorriso de uma Criança. O Natal é Consumismo, é stress , é Hipocrisia, é a desgraça de muitas Carteiras. O Natal é Amor consumido, é a Família em stress , é Jesus hipócrita, é a desgraça de muitas Crianças. O Natal é Consumismo amoroso, é stress festivo, é Hipocrisia cristã, é o sorriso de muitas Carteiras.

Telegrama 004

004 Estou em crer que 2008 foi mais um ano de má-memória para a maioria. Mas não tenho a certeza. Não tenho a certeza de nada, aliás. A memória não é de confiar. E a História reescreve-se. Ou não?

Telegrama 003

003 Estou certo de que 2009 será um ano bom. Para alguns.

...e a assiduidade dos deputados, pelo PR.

Portuguesas e Portugueses, . No seguimento de uma série de notícias que têm sido veiculadas pelos media nacionais a propósito da assiduidade dos Deputados da Nação, e não obstante considerar que P. algum deve interferir no normal funcionamento de qualquer órgão de soberania política, vejo-me obrigado a dedicar umas breves palavras ao assunto, para defender o seu bom-nome e o das instituições democráticas, que desde há mais de três décadas vêm mantendo o País na senda do Progresso e Desenvolvimento. Atente-se ao seguinte: desde Março de 2005 e até à presente data, relativamente às «Presenças dos Deputados às Reuniões Plenárias» : N.º total de faltas: 8386 N.º de faltas justificadas: 8244 N.º de faltas injustificadas: 142 Por si só, estes números provam que é ilegítimo, maldicente e sumamente injusto acusar os senhores Deputados de serem faltosos . Como se vê, apenas por 142 vezes não compareceram os senhores Deputados às reuniões plenárias sem que para tal tivessem uma razão forte e de

O descaramento da ministra...

"O quê? O senhor não sabe o que está combinado? Que hoje só se pode fazer perguntas sobre esta cerimónia e sobre o plano de combate à sida nas escolas? Ainda por cima é a RTP, a televisão pública, a fazer uma coisa destas. E, depois, logo à noite, não sai a reportagem." . Ana Jorge, Ministra da Saúde, dirigindo-se a um jornalista da RTP que, durante a apresentação do plano governamental de combate à SIDA nas escolas, questionou a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, acerca da contestação da classe docente.

Testemunho 002

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O meu nome é Aníbal Heitor e sou de Deus. Deus é o meu Amo. Sirvo somente a Deus. Esta minha absoluta devoção nasceu numa noite em que dava um dos meus passeios a pé na Serra de Sintra. Era meu hábito fazê-lo noite dentro, com Lua cheia, porque a visibilidade era mais favorável. Aconteceu porém que, de repente, a meio caminho, uma inesperada trovoada cobriu completamente o céu, deixando-me no escuro absoluto. Dali a nada chovia a bom chover, o que aumentava consideravelmente as minhas dificuldades. Apenas vislumbrava a imensa estrada deserta à minha frente nos instantes em que um relâmpago irrompia sonoramente no firmamento. Os meus sentidos começavam a confundir-se com tudo aquilo, a que se juntavam, para piorar, a roupa ensopada e as articulações enregeladas. Inesperadamente, umas luzes dum automóvel surgiram-me no horizonte. Sendo por natureza tímido, pensei inicialmente em ocultar-me no arvoredo que ladeava o caminho. Mas finalmente decidi-me a pedir boleia àquele desconhecido. Com

Telegrama 002

002 Os Irlandeses votaram «não»? Sem stress - votam outra vez. Os Irlandeses rejeitaram o Tratado de Lisboa? Sem stress - votam as vezes que forem precisas. Até votarem bem .

Telegrama 001

001 Portugal é um imenso bordel. Os chulos são os deputados, os ministros e demais governantes. Nós - as putas. Andamos a ser fodidos dia após dia para que eles encham as bolsas.

Testemunhos 001

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Olá, o meu nome é Júlio Mota e gostava de compartilhar convosco o meu testemunho. Desde tenra idade que creio no Senhor Deus. Foi com 2 anos apenas que testemunhei a pela primeira vez a Sua intervenção. A minha madrasta tinha-me preparado uma papa Cerelac com a água propositadamente a escaldar para eu que queimasse a minha língua e os meus lábios e, assim, nunca mais a azucrinasse e maldissesse. Mas quis Deus que isso não acontecesse por ser injusto e cruel, e, com a Sua imensa graça, fez com que, precisamente na altura em que me estava sendo dada a primeira colherada de papa, entrasse na cozinha a minha avó - que Deus a tenha - que, mais sabida do que eu o era naquela altura (o que também não é de admirar, que já tinha para cima de 60 anos), desconfiou imediatamente das intenções da minha vil madrasta - que o Senhor a chame, que, Deus me perdoe, já vai sendo tempo - e provasse o preparado. Pobrezinha, queimou-se toda, lábios, língua, queixo, nariz, buço - enfim, dos olhos para baixo a

Outra vez os porcos dos Irlandeses

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Os Ministros dos Comes e Bebes da União Europeia (Ué) a 30 - os 27 da praxe mais o Principado do Bugio de Oeiras, o Reino Natalício da Lapónia e a Região Autónoma da Madeira - reuniram-se hoje em Madrid numa sessão extraordinária (na imagem) cuja ordem de trabalhos incluía a delineaçã o de um plano de reacção à mais recente contaminação da estabilidade e segurança dos países europeus feita pela Irlanda. Depois do infâme «não» ao Tratado de Lisboa , eis que os Irlandeses voltam a lançar a Europa no pânico e no terror. Foi detectada a presença de dioxinas tóxicas em carne de porco produzida naquele país das ilhas britânicas em quantidades cem vezes superiores ao permitido pela Ué - que é tida por muitos como a maior autoridade mundial nestes assuntos em que entram Porcos. Não obstante terem sido somente doze os países europeus a comprar estas carnes, a preocupação é generalizada, até porque, entre a afectada dúzia, contam-se a França, a Alemanha e o Reino Unido, isto é, nada mais nada

A mediação

A mediação é um fenómeno curioso. Ao que parece, uma vez saturado o mercado de trabalho, que tendencialmente se confina ao sector terciário e que remete (ou que vê remetido) o sector primário para a zona cinzenta dos manuais escolares, a imposição capitalista e humana de aumentar sempiternamente os lucros criou o contexto óptimo para que florescesse uma mediação cada vez mais omnipresente e poderosa, posto o que, gradual e inexoravelmente, vê-se o desempregado/assalariado dependente desta mesma mediação. Bem vistas as coisas, a mediação imobiliária das Re/max e das Era é só a face mais visível duma tendência muito mais abrangente, dum aproveitamento espertalhão de larga escala (ou será "empreendedor"?), ou, em certa medida, duma burocratização , que, tal como a Burocracia propriamente dita, muito facilmente se justifica numa sociedade sobrepovoada e vincadamente hierarquizada. Ultimamente, tenho prestado especial atenção ao crescimento exponencial (15 a 20%/ano) das agência

...e o favorecimento ao ex-ministro.

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. . . . . . . . . . . . . Acha? Não, de maneira nenhuma. Não tenho sido favorecido de modo nenhum e por ninguém, deste ou de qualquer executivo. Nunca, em tempo algum, em nenhuma das empresas em que tenho funções ou participações financeiras, nunca fui favorecido, rejeito liminarmente essa hipótese. Não tenho nada mais a comentar.

Chuva

(Escrevo vergado a um céu que parece querer espalmar a pecadora nação com a palmatória do aguaceiro, que parece querer inundá-la, lavá-la de erros, um céu que bufa vendavais e jorra monções. Estou a metros do mar e, do espesso nevoeiro (este é, ao menos, visível), não o vejo. Através da montra (...), parece que os mares se ergueram e deram os braços aos céus, e a bocas ambas ventaram o castigo para os maculados actos das gentes. Isto não é novo, já se viu noutras eras e noutras fronteiras. Igualmente se viu noutros moldes.) . A Justiça dos Céus não é com efeito tão morosa quanto a dos Homens deste país sobre o qual as chuvas e os ventos se têm abatido com uma severidade aterradora. Mas não deixa de ser torta. Os rigores do granizo e os silvos da nortada não se distribuem por igual entre ricos e pobres. Para estes últimos, desgraçados, a invernia agudiza-lhes as agudas misérias e furta-lhes os resquícios dos já furtados confortos. Já para os primeiros – nada de novo – as sólidas portada

A imunidade do conselheiro...

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. . . . Quem, eu? Não, não sabia rigorosamente de nada. Não sei, aliás. Não fiz, não vi, não tenho nada que ver com o que quer que seja que está para aí a dizer e não tenho rigorosamente nada a comentar. E até lhe digo mais: se insiste com essas insinuações, dou por concluída a entrevista.

A única esperança

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(clique para ampliar) (N: o "jornal" é o Público )

O reforço dos Velhos Aliados

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Ó prezados Colegas! . Pela terceira vez e num muito curto espaço de tempo, a Vós me dirijo a anunciar as boas novas . O que começou por ser um singelo porém divino sinal - e que tomou enfim uma forma concreta para nos revigorar os intentos; vê-se agora soberbamente secundado por um player internacional . A Nossa Lusíada foi uma vez mais abençoada pelos Deuses com a Luz da Força e do Amor! Festejemos, então! Trabuquemos com entrega redobrada! Caprichemos na servidão! A Nós o suor, as lágrimas, os invoices! Ah! ditoso Sector que tais filhas tens! . Palavras-chave: Património Tangível, Ex-Recepcionista Num Campo De Golfe, Amor. Bibliografia: DGT (Direcção-geral de Turismo), 1974, Conta Satélite do Turismo (CST) - Laras Croft & outras taras e manias , DGT, Santa Comba Dão. MCCAIN, Casal, et al. , 2008, Find Madeleine McCain , [ http://www.findmadeleine.com ] , (site accessed 4 December 2008). SILVA, João Albino, 2005, Abordagem sistémica às TIC - Técnicas de Imitação e Cópia, Anai

Contextos: «um galão e uma torrada»

- Um galão e uma torrada, fachavôr. A mulher que me atende esboça um sorriso simpático. É bexigosa e está ramelosa. Ao lado dela está plantado um gigante que sofre dum estrabismo atroz. Não move um músculo. Sento-me na esplanada. (Novembro já se faz sentir.) O café do lado ainda está fechado. É segunda-feira e são 8h50 da manhã. Estou de folga há quase uma hora, desde as 8. À minha volta, pelo contrário, as pessoas que tomam o seu café dum trago estão prestes a, gozadas as respectivas folgas, recomeçar a nova semana de labuta. Estou, profissionalmente falando, de pernas para o ar. (...) A minha mesa é um telescópio. E um microscópio. É um telescópio-microscópio vermelho, com o símbolo da Olá debruado a branco. (...) Na mesa contígua, uma cinquentona com o aspecto chupado e ressequido duma rameira aposentada esgaravata placidamente uma narina com a unha do indicador, onde uns restos de verniz vermelho ainda dão um ar da sua graça. Com ela está um homem enfezado e nervoso, que segura pel

A consagração do Pacote

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Caríssimos Colegas, Quando aqui há dias a Vós me dirigi estava longe de prever a aguçada pontaria do meu discurso; estava longe de imaginar que o Sinal Divino que o nosso bem-amado sector, nossa segunda casa, havia recebido estivesse praticamente em ponto de rebuçado. Então não é que «A Esperança» venceu? Então não é que a «Ode ao Pacote Turístico» vingou? O futuro do Turismo, sopradas para longe as trevas da incerteza e obscuridade, apresenta-se agora risonho e aconselhável - quase me atreveria a dizer comestível . Este fenómeno que quis a Fortuna cruzasse nossa rota é o marco derradeiro da dúvida e do medo. Doravante, com esta Estrela a estrelejar na lapela dos blazers das nossas escovadas fardas, com esta Luz a iluminar a corajosa caravana dos nossos queridos players e stakeholders , com esta Musa capaz de inspirar o mais árido dos nossos hospitality managers - nada porá travão ao Progresso do nosso ditoso destino [turístico], ninguém ousará gelar a nossa vocação maior, pois qu