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A mostrar mensagens de março, 2022

A pandemia e a guerra nos canais de notícias 24-7. O trágico recuo da Empatia

Depois de dois anos inteiros de pandemia, três semanas inteiras de guerra. Esta interrompeu aquela, tomou-lhe o lugar de protagonista dos nossos quotidianos. A troca foi súbita e como que total: onde uma dominava, domina agora a outra; o espaço que uma, sozinha, preenchia, a outra o preenche agora, quase em exclusividade. Parece clara a correlação entre o silenciamento mediático da crise pandémica e o actual estardalhaço da guerra. Talvez não tivesse havido ainda uma suspensão tão duradoura e sobretudo tão efectiva da agenda pandémica enquanto facto diário como esta que a cobertura do conflito russo-ucraniano trouxe. Trata-se, nem seria preciso dizê-lo, de dois fenómenos perfeitamente distintos na sua substância. E, no entanto, no que toca ao discurso e à sua feição mediática, ficam na retina alguns paralelismos importantes.   O «agora» como valor absoluto Aquilo a que se chama a «informação televisiva» conheceu, com o advento e proliferação recentes dos canais especializados,