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A mostrar mensagens de janeiro, 2022

Os números COVID-19: ou latos em excesso, ou inconsistentes, ou pouco consolidados

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Foi noticiado, há cerca de uma semana, a trágica morte de uma criança de seis anos num hospital em Lisboa. A RTP titulou: "Morreu uma criança de 6 anos com teste positivo à covid-19" . Tanto quanto sei, e mau grado algumas notícias sobre a investigação levada a cabo pela PGR, não se apurou, até hoje, a causa da morte. E, no entanto, logo ficou nota de que este menino entrou na soma de óbitos da pandemia do novo coronavírus: a "quarta morte" na faixa etária dos 0-9 anos. Olhando ao boletim de ponto de situação da DGS desse dia , não é possível confirmar que foi essa a contabilização feita - a escala do gráfico da segunda página inviabiliza essa leitura. Mas, se bem me lembro, o critério de mortalidade em vigor durante o período de pandemia que Graça Freitas foi descrevendo logo nas primeiras semanas da crise pandémica era, em síntese, este mesmo: todos os óbitos com diagnóstico de infecção por SaRS-CoV-2 são registados como óbitos COVID-19. Dizia a notícia que "

Pandemia, quase 2 anos de bizarrias várias. Começando pelo Desporto

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Vamos directos ao assunto: a pandemia (ou o que foram fazendo com ela) deu origem a inúmeras situações caricatas. Mil vezes me veio à cabeça o refrão daquela música do Gabriel, o Pensador, " É pra rir ou pra chorar? ". O que segue é, a propósito do «caso Djokovic» no Open da Austrália, uma selecção de alguns momentos desportivos simplesmente bizarros. 1. Liverpool celebra a conquista da Premier League Começo por esta porque, em rigor, «bizarria» não se lhe aplica. Será mais um caso «estranho». E mesmo isso será certamente discutível. Muitos me dirão que "Hoje é tudo assim". Essa objecção afigura-se-me, de antemão, legítima e, nesse sentido, ao meu «estranho» inicial somo um «sintomático». O caso não é que, como vai acima, um clube de futebol celebre uma conquista de uma liga; é que o fez para um estádio vazio como se estivesse com adeptos. Jordan Henderson, excelente capitão desta excelente equipa, ergueu o troféu mais desejado pelos clubes ingleses e exibiu-o -  em

Dos debates para as Legislativas 2022

É tempo de debates. Tem calhado não perder um único. Às tantas, torna-se ponto de honra: é que o que sai nos jornais do dia seguinte costuma ser uma coisa diferente do que tive oportunidade de testemunhar - e não quero, obviamente, beber de uma fonte inquinada. O actual modelo de debates é mau. Rege-se por um aparato de "justiça" cuja bitola são uns cronómetros hediondos que as produções mantêm visíveis ao longo da transmissão. A coisa vai ao ponto de já inúmeras vezes ter visto raciocínios que importava conhecer e que nem sequer prometiam prolongar-se muito mais cortados por um burocrático "tenho de equilibrar os tempos". Acho que o formato é importado e, por isso, qualquer crítica que se lhe faça encontrará sempre muitas resistências por parte do nativo. Mas que sentido faz, e que justiça é, uma tamanha submissão a uns segundos aqui, outros segundos acolá? Enfim, o histórico nacional está indelevelmente tingido por tanto favorecimento mais ou menos velado que talv