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A mostrar mensagens de fevereiro, 2008

Posta de pescada I, por Bruno Henriques

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Senhoras e senhores, é com alegria que vos dou a saber que, doravante, este espaço receberá a mui enriquecedora contribuição de Bruno Henriques, meu comparsa nas lides inconclusivistas, por ora alhures emigrado - e, portanto, na privilegiada posição de estrangeirado. Para mais fácil compreensão da autoria do que aqui se for publicando, as achegas deste meu camarada serão denominadas, à laia de crónica, de «Postas de pescada». Longa-vida às Postas. Muito obrigado. . ............................................................................................ André Campos . __________________________________________________________ . Foi com muita honra e orgulho que aceitei o convite para abrilhantar este espaço. Por motivos psicogeográficos, religiosos, morais, ideológicos, de configuração empírica ou outros não referidos anteriormente, como não é o caso dos clubísticos, os textos por mim expelidos podem cair fora do penico que é este blog . Pois não vos apoquenteis. Como na natureza na

Pasodoble

Por defeito, Somos governados defeituosamente Por eminentes mentes incontinentes E defeituosas. Com efeito, Vemos defeitos evidentes Sem recurso a videntes Ou demais psicodoentes. Mas nada muda. Liquefeito, Sem disfarçar o trejeito, Busco o efeito, O movimento perfeito, Almejo o que pra mim seria um feito: A revolução das mentalidades, Das mentes de todas as idades, Das gentes de todas as cidades! Mas é de tal monta a improbabilidade De vir a ter tal felicidade, Que só pode ser da idade Que inda insista na ideia.

Regicidem, sff

Há cem ânus limparam o sebo ao rei. Foi acolá ao Terreiro do Paço, em sábado soalheiro: zás! um balázio bem aviado na real espinha. Plo menos assim reza a legenda, aliás por estes dias bastamente recontada com certa nota apologética sobre o ex-imperante. Ditosamente, não obstante os três metros de bolorenta banha qu´ a bala teve de vencer, a coisa deu-se, valeu afinal a pena o investimento nas espingardas importadas: o monárquico-mor bateu a engraxada bota antes qu´ o Diabo esfregasse o entrefolho do olho do cu. Pena de tal óbito? Só por tardio, ora então. Pois claro, por quem sois! Julgais então que um tão grande cabrão, que privou a vida a inúmeros desgraçados em nome de coroadas putices, merece consideração dalgum género? Oh! bardamerda. Bem-haja, Buíça e Costa! Quanto a outros que tais, que em cafés, sussurrando, conspirais, não s´ acanhem, fazem falta: chumbada nos lombos dos soberanos d´ hoje! Bom, alguma contenção: nem todo o político é arraçado de cagalhoto antropomórfico: a as

Exercícios de escrita: saramaguices.

Emborco mais um gole de chá de camomila, esse que tem fama de ser bom para estômago e intestinos, antecâmaras sequenciais e preparatórias da evacuação da merda propriamente dita, que, quer-me parecer, será a pensar nisso que uns e outros escolhem a dita infusão, já eu, valha-me deus, não tenho organismo que precise de ajudas exteriores para tratar de expulsar a bosta e, graças a deus, até defeco todos os dias, quase horas certas, caca nem muito dura nem muito líquida, sobre as cores não avanço nada, não porque as minhas fezes não as tenham, aliás bonitas cores para merda, mas porque, pela variedade de tonalidades que vão apresentando, se me tornar impossível eleger uma cor predominante, e tudo isto para dizer que este saboroso chá, se o escolhi, foi pelo seu sabor, ou pelo frio da rua, ou pelo cinzento do céu, e não porque o meu sistema cagativo fez chegar ao cérebro a reivindicação de que, acaso não recebesse apoios estranhos ao seu normal funcionamento, faria greve, não procederia à

Pê-ésse-dê

Há os que atribuem ao notabilíssimo Miguel Tavares a seguinte sentença, “o psd [Partido social democrata] é o partido mais português de Portugal”. Resta, em abono da verdade, saber com que exactidão é feita tal atribuição, isto no improvável caso de isso ainda contar nos dias que correm, todos eles rápidos, alarmantes e plásticos, não necessariamente por esta ordem. Mas para os que não identificaram o citado de imediato, de tão habituados à credível trindade do seu nome profissional, Sousa é o seu primeiro apelido público, isto é, Miguel é o nome próprio, Sousa e Tavares os apelidos, para que conste, herdados do pai. Assim sendo, sinto um quase irresistível apetecimento de registar umas notas sobre o mencionado grupo político, o que é, de todo o modo, o mais natural, pois se se deu o inusitado sucesso de uma pública figura com significativíssimo crédito popular, um opinion leader dos de maior peso, um comentador político dos de mais alto calibre, um analista, perito e especialista das