Negacionismo invertido
Ouvi na rádio à hora de almoço: Jens Spahn, Ministro da Saúde alemão. disse que, nos próximos meses, os alemães estarão "vacinados, curados ou mortos". É uma forma curiosa de pôr as coisas. A premissa subjacente a esta extraordinária afirmação é muito simples: desde que estejam vivos, os alemães ficarão doentes com COVID-19. O resto define-se a partir dessas duas traves-mestras (Vida & COVID-19) e restam três vias, que, supõe-se, se excluem mutuamente: ou estão vacinados (e vivem), ou estão curados (e sobreviveram), ou estão mortos (e é bem feita). Há certamente muito mérito nesta informação - porque é de uma «informação» que se trata (obrigado, Jens) e não de uma «opinião» ou «laracha» (haja respeito, o homem, além de ministro, é alemão). E mais que mérito, há rigor, há benefício, há mesmo muito boa gente a quem isto sobremaneira animará. Desde logo, os mercados: ninguém gosta mais de previsibilidade (e previsibilidade maquiavélica, ainda por cima) do que as agências de ...