Um libertinóide passeia por Oeiras
Arribo ao Cais do Sodré ainda tarde. Olho uma tabuleta de dígitos verdes ao cimo das escadas enrolantes. Calha-me em sorte um comboio em vias de zarpar, coisa a tardar um tudo de nada, melhor era prescindível. Hora de zarpanço: 10:20, isto posto assim aqui como posto estava lá, e com lá à tabuleta me refiro. Diz-me ainda a electrónica da dita-cuja, prestável a dar com um pau, que pelas dez e quarenta e tal estou em S. João. Porreiro, pá, nasalo eu pròs meus botões a escarnir secretamente do senhor primeiro-ministro – secretamente!, pra quê? A aparelhagem bruta de câmeras de gravar som e imagem que me persegue já desde o Campo Grande (e que me acompanhará ao longo da linha de comboio de toda a Linha no comboio e, ainda, ao regresso) mete-me nojo, dá-me gases, estou mesmo bom é pra me atirar às fuças de qualquer sócrates que me apareça à frente, algum que fosse dessa canalha da AR, desses corsários de gravata, porra! que, juro, lhes limpava o sebo! – isto tudo escapou-se-me, na fúria, em...