Legislativas dois mil e nove II
Desengane-se, caro telespectador, nada disto é feito para o maçar. Nada. E neste imenso nada tudo cabe: os programas eleitorais, os debates televisivos, as sondagens de intenções, os tempos de antena da rádio, os folhetos do metropolitano, os cartazes de beira de estrada, as entrevistas dos jornais, os fóruns de opiniões, os blogs dos candidatos, os sites dos partidos. Desengane-se, caro telespectador, de tudo isto (tamanho nada) nada foi concebido para o maçar. Aliás, se reparar bem (repare bem, caro telespectador) nada disto o maça. Antes pelo contrário. Desengane-se, caro telespectador, pois é com este sufocante nada, pois é justamente através deste omnipresente nada que, se atentar bem (atente bem) o senhor telespectador se não maça com coisa nenhuma. Desengane-se (já se desenganou?) não fosse tudo isto, não fossem os programas, os debates, os folhetos, as sondagens, os cartazes, os altifalantes, as entrevistas (pausa) e o período de campanha eleitoral seria (pausa) uma grande maça...