Ontem peguei novamente num Sherlock Holmes . A princípio hesitante, pensando que a leitura daquele título já não me iria cativar, rapidamente me reencontrei com o velho Watson, com o imperturbável Holmes, com o acolhedor 202 de Baker Street e, psicologias à parte, comigo mesmo – ou, pelo menos, com uma parte de mim mesmo. Em rigor, não sei bem qual; e talvez isso pouco importe. O sentimento foi, com efeito, de reencontro – e isso chega-me. Aqueles que foram os contos que verdadeiramente me iniciaram no imenso prazer de ler não têm para mim qualquer segredo. Li-os de lés a lés, e muitas vezes ( mesmo muitas). Sem surpresa, assim que comecei a ler, a páginas duzentas e vinte e oito, um tal caso chamado “A Escola do Priorado” (que escolhi ao acaso), lembrei-me quase imediatamente de toda a acção da história e dos seus protagonistas. E, simultaneamente, lembrei-me de quando a li pela primeira vez. Recordo-me bem que me apetrechava de uma bela fatia de bolo de noz ou de biscoitos de cane...