Na ressaca das Legislativas de 2025, subsídios para a compreensão dos fenómenos André Ventura & Chega
1 Tomado de forma lata, o Comentário acerca das Legislativas de 18 de Maio, em geral, e dos resultados do partido Chega! (CH), em particular, tem dado corpo a duas grandes correntes, chamemos-lhes assim, analíticas: a corrente forense e a corrente ética . A primeira procura a culpa . Bem entendido, a culpa pela ascensão (ou pela consolidação, como se queira pôr) do CH. A segunda organiza os acontecimentos segundo uma lógica de Bem e Mal . E votar no CH foi, ou é, inequivocamente, um mal . Uma e outra são, é claro, interdependentes. Não raro surgem juntas, ou uma entronca na outra, ou aquela é premissa desta. Enfim, de uma maneira ou de outra, ambas julgam qualitativamente um voto e há nisso, mesmo que em diferentes graus, uma carga moral(ista). Ora, isto não se observa senão relativamente ao voto CH. E sim, há boas razões para isso – tão boas que me escuso de as elencar. Mas nem por isso deixa de ser um dado que merece reflexão. Outro dado: quando o emissor do Comentário aq...