minuto de ecunomia

a montante de toda a salganhada respeitante ao orçamento do estado para o ano que vem encontramos uma lógica eminentemente conclusivista, que é semelhante a dizer fragmentária da realidade. não só a vida não se reduz a «mercados internacionais» e taxas de juros, como tampouco deles parte ou depende. isto é, não é necessariamente verdade que o rumo de um país comece onde a sua conta-mor acaba ou, por outra, se define. com efeito, a vida não pára. e muita houve antes deste ou de qualquer outro orçamento do estado. uma sociedade humana é sempre demasiado complexa para ser empequenada à luz perversa de uma visão meramente económico-financeira. por outro lado, a lógica que rege esta engrenagem aparentemente imparável é ela própria algo contraditória: pois sufocar a capacidade real (e, não esqueçamos, o ânimo) de consumo é frontalmente contrário à ordem-mãe dos estados industrializados. quanto à retórica que concerne à negociação da dívida pública portuguesa (cúmulo de irrealidade), dizer que só por meio de doses cavalares de filha-da-putice é que se canaliza tamanha factura para os contribuintes. apetece dizer eu não devo dinheiro a ninguém, favor enfiarem os sete por cento dos juros da dívida nos entrefolhos do cu.

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