wannabe president 2006

"Já temos outro Presidente", gritou-se do alto da varanda do Palácio de Belém, enquanto um fumo espesso e esverdeado saía de uma das chaminés da mansão.

Com mais de metade dos votos dos menos de metade de recenseados que votaram, Aníbal Silva, sexagenário, ficou em segundo nos resultados destas eleições presidenciais. Mais uma vez, qual ditadura, ganhou o mesmo partido - o PPAC. Para os menos rodados nestas andanças, é de referir que PPAC são as iniciais para Partido Português da Abstenção Compreensível. Agora que sabem, não deixem que um qualquer machado corte a raiz ao pensamento e reflictam sobre estes resultados. Reflictam tendo por base estes dois grandes eixos: 1.) menos de metade dos mais de 8 milhões de recenseados (segundo dizia o Público) não votou; 2.) os candidatos, exceptuando, em certa medida, Manuel Alegre e Garcia Pereira, são os mesmos de outros tempos e do dia-a-dia (isto é, tanto o BE como o PCP concorreram com os seus secretários-gerais, não surgindo desses dois partidos nenhuma cara (e é só disso que se trata, realmente), digamos, nova; além disso, vejam-se os casos de Cavaco e Soares: os dois juntos representam a maior parte da dirigência do nosso país deste o 25 d´Abril e, consequentemente, a maior parte das razões porque nos encontramos no estado miserável em que estamos).

É complicado. Ganhou o Cavaco (e que diferença faz!, ou não, nas nossas vidas quotidianas - é que o cargo de PR é mesmo, mas mesmo!, útil), e, cá por mim, é o menos mau dos candidatos. Também não me importava que tivesse ganho o Alegre, que até tem um look Pai Natal bem simpático, o que seria bom quando fosse jantar com os outros presidentes. Que ganhasse o Jerónimo ou o Louçã também tinha graça, mas esses concorreram só para ganhar os subsídios para as campanhas e isso nunca aconteceria. Mas retomando: ganhou o Cavaco e... e o quê? E agora? Bem, não sei. Mas suponho que nada... nada de coincidente com o que quer que seja que tenha sido prometido por algum dos candidatos e pelo próprio Aníbal. Aliás, senhor presidente - ainda me estou a habituar à ideia de o ter como patrão-mor.

Como opção a este cargo manhoso de representante do país e comandante-supremo das Forças Armadas (em parvas), acho que um rei era de valor - vulgo, Causa monárquica. A ideia é boa: por um lado, os custos de manutenção de uma presidência da República e de uma corte são, segundo consta, muito equivalentes; por outro, ter um rei era, indiscutivelmente, bom para o Turismo (veja-se o caso inglês ou quando foi o casamento do D. Duarte com a D. Duarta); finalmente, e, a meu ver, o mais importante, a neutralidade partidária pretendida para este tacho era mais provável de ser alcançada - especialmente se considerarmos os tendenciosos dos PR´s que temos tido.

E por aqui me fico, neste post algo descabido de planificação mas pleno de pensamento positivo.



Ah, espero que as fotografias sejam do agrado geral. Não me entendo bem é a formatar esta merd* (ou seja, a posição das ditas fotos não respeita nenhum tipo de critério meu, mas, isso sim, o domínio da tecnologia sobre mim e o consequente tecnostress), mas, pelo preço, não podia pedir mais do blog.






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