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Bush, cornos & outras metafísicas

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“Eu sei que o ser humano e o peixe podem coexistir pacificamente.” “Estas pessoas não têm tanques. Eles não têm barcos. Escondem-se em cavernas. Mandam suicidas para fora.” George Walker Bush. A propósito do que quer que fosse, num dia qualquer, algures. A) Estará certamente entre os maiores mistérios do novo século: por que raio foi George W eleito (e reeleito) presidente dos Estados Unidos da América? (1) No breve preâmbulo ao livro “Bushismos” (3€, no Modelo), mero inventário de disparates do Bush filho, uma hipótese é aventada: “Cremos que nas modernas democracias se acentua a tendência para a igualdade entre o eleito e os eleitores, e que estes tendem cada vez mais a eleger aquele com o qual mais se identificam, porque se igualizam. Nesta hipótese, o discurso de George Bush corresponde ao nível médio do discurso dos eleitores [sic] americanos, que dificilmente se aperceberão dos problemas do seu Presidente, pois nem estão educados, nem têm paciência para ouvir com atenção, nem tê...

Algo de errado se passa.

Algo de errado se passa. (O quê, em rigor – de tanta coisa – nem sei bem. Mas) Digo-o com toda a sinceridade e determinação, com um arrufado sentimento de missão à mistura, como se dependesse unicamente de mim, num fardo hercúleo sobre os meus inexperientes ombros, todo o futuro da nação portuguesa: algo de errado se passa! Tenho que denunciar este crime hediondo. Tenho que trazer luz a esta sombria hecatombe, repetidamente dissimulada sob os focos de Suas Senhorias os estúdios televisivos, sob as tribunas de Suas Sumidades os nossos representantes, sob as indecentes camadas de pó-de-arroz de Suas Excelências as nossas vedetas! Ou muito me engano, ou todo este meu apreciável esforço já vem fora de tempo. Ou muito me engano, ou já nos encontramos afundados por completo no peganhento lamaçal da nossa corrupta e bafienta sociedade. Ou muito me engano, ou já é tarde de mais! Oh! e a virulenta censura a que serei sujeito e a perseguição mortal em que me verei protagonista, e o ataque rancor...

Pê-ésse-dê

Há os que atribuem ao notabilíssimo Miguel Tavares a seguinte sentença, “o psd [Partido social democrata] é o partido mais português de Portugal”. Resta, em abono da verdade, saber com que exactidão é feita tal atribuição, isto no improvável caso de isso ainda contar nos dias que correm, todos eles rápidos, alarmantes e plásticos, não necessariamente por esta ordem. Mas para os que não identificaram o citado de imediato, de tão habituados à credível trindade do seu nome profissional, Sousa é o seu primeiro apelido público, isto é, Miguel é o nome próprio, Sousa e Tavares os apelidos, para que conste, herdados do pai. Assim sendo, sinto um quase irresistível apetecimento de registar umas notas sobre o mencionado grupo político, o que é, de todo o modo, o mais natural, pois se se deu o inusitado sucesso de uma pública figura com significativíssimo crédito popular, um opinion leader dos de maior peso, um comentador político dos de mais alto calibre, um analista, perito e especialista das ...

Uma mão cheia ou Uma estalada

1) De acordo com os meios de comunicação, estruturas do PS organizaram e custearam romarias de idosos de Cabeceiras de Basto, Famalicão e Alandroal com a capital como destino. Sob a capa de excursões domingueiras por Mafra e Fátima, e sem disso terem conhecimento, estas pessoas foram transportadas até Lisboa para fazer número nas comemorações da vitória eleitoral de António Costa nas intercalares alfacinhas. No último debate da nação, na AR, Ana Drago denunciou esta situação em tom de protesto. Tentarei agora reproduzir da forma mais fidedigna e rigorosa o que se disse a esse propósito: Ana Drago: (...) e a fim de terem mais gente nas ruas após os resultados das intercalares lisboetas, os responsáveis do PS trouxeram gente do Alandroal, Famalicão e Cabeceiras de Baixo, o que... Bancada do PS, em coro, entre gargalhadas e apupos: De Baixo! De Baixo! De Basto, senhora deputada, de Basto...! Ana Drago: Sim, Cabeceiras de Basto. De qualquer modo, ... A partir daqui, a participação por ...
Prezados e improváveis leitores , Qual ancião presciente e paternal, aqui registo um curioso agoiro, que eu cuido tornar-se-á tenebrosa realidade pouco tarda. Ligeiro vai o passo para uma certamente indesejável conjuntura: em que «liberdade individual» nada mais será que um conceito inoperante e dificilmente aplicável ou observável na sociedade portuguesa (e até faço por me demitir a uma visão mais alargada, a nível europeu). E não precipitem vós-outros um julgamento de que estou meramente conjecturando, para mais exageradamente! 1 Efectiva, porém inconclusivamente, a nossa choldra tem vindo a ser governada por um grupo ascoroso de animais obscenos e autocráticos que, por ser para vossemecês, uso um eufemismo: se estão bem cagando para nós, impotente e manipulável povo. Cada vez mais descarados (pois, por meios próprios, gozam de comprovada e angustiante impunidade a qualquer tipo de justiça e punição), esses merdosos doutores e engenheiros, dignos de lhes verem atribuídos o epíteto de...

Movimento perpétuo

Quanta impotência! Esgotamo-nos em conversas de café e de jantar mais, ou menos, acesas, com maior ou menor grau de revolta, com fundamentação ou apenas com maledicência - que se vê de sobremaneira difundida, eventualmente liberada e valorizada de forma a controlar e manter os ditos (na perspectiva dalguns, ditosos) "brandos costumes" dos portugueses. Tantas são as falácias propagandeadas pelos nossos políticos, tal é a abrangência e a magnitude da corrupção e do nepotismo, tantos os princípios e comportamentos errados que todos temos; de tal modo que estaremos arredados dalgum dos vários caminhos positivos existentes, e com que ímpeto fatalista insistimos em fechar os olhos a esta situação - que impotência !, exacerbada pela popular desistência - ao ponto de ter cabimento fazer uma cortante pergunta retórica: achas que Portugal vai, algum dia, melhorar? No âmbito governamental e de políticas de desenvolvimento, insiste-se em megalomanias da conveniência exclusiva dos megalóm...

Os Sem Grandes Portugueses (?)

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É muito interessante consultar e submeter a análise a lista obtida através do programa "Os Grandes Portugueses" da RTP1. Nalguns casos, p´la própria eleição de algumas figuras, noutros, p´los lugares de destaque que lhes foram atribuídos. Noutros ainda, por ambas as coisas! Para ilustrar, sem mais delongas, vejam-se alguns casos ( abrir lista «90 mais» ): 79.º Hélio Pestana (!!!) - Deu um contributo fundamental na formação de várias gerações de jovens portugueses com a sua participação na série juvenil Morangos com Açúcar. Qual Gil Vicente! Qual Almeida Garrett!; 76.º Ricardo Araújo Pereira (!!) - Deu um contributo ímpar na criação de conteúdos para conversas de café e imitações (más) em ambientes familiares. Maior do que o de Bocage, sem dúvida; 69.º Cristiano Ronaldo (!!) - Deu um contributo inolvidável para todos os portugueses que jogam nas alas ou em apoio directo ao ponta-de-lança, bem como aos portugueses marcadores de livres e de pontapés de canto. D. Maria II?...

wannabe president 2006

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"Já temos outro Presidente", gritou-se do alto da varanda do Palácio de Belém, enquanto um fumo espesso e esverdeado saía de uma das chaminés da mansão. Com mais de metade dos votos dos menos de metade de recenseados que votaram, Aníbal Silva, sexagenário, ficou em segundo nos resultados destas eleições presidenciais. Mais uma vez, qual ditadura, ganhou o mesmo partido - o PPAC. Para os menos rodados nestas andanças, é de referir que PPAC são as iniciais para Partido Português da Abstenção Compreensível . Agora que sabem, não deixem que um qualquer machado corte a raiz ao pensamento e reflictam sobre estes resultados. Reflictam tendo por base estes dois grandes eixos: 1.) menos de metade dos mais de 8 milhões de recenseados (segundo dizia o Público ) não votou; 2.) os candidatos, exceptuando, em certa medida, Manuel Alegre e Garcia Pereira, são os mesmos de outros tempos e do dia-a-dia (isto é, tanto o BE como o PCP concorreram com os seus secretários-gerais, não surgindo des...

Antero Power

Porque o título introduz o texto e porque este fala por si, refiro apenas que esta é uma transcrição do texto IV de Antero de Quental - Prosas Sócio-políticas/publicadas e apresentadas por Joel Serrão/Colecção Pensamento Português/Imprensa Nacional - Casa da Moeda/Abril de 1982. Hope you enjoy and learn something with it. " O que toda a gente vê ou a política numa lição Um dia um certo número de indivíduos reúnem-se na praça pública: Concorre a gente. E começam a gritar: A gente apinha-se. Uma terça-parte garotos e vadios, Outra, mulheres, O resto, gente que vem ver - para rir - julgando que serão bêbados. Ora um destes indivíduos sobe aos ombros dos outros e diz: - O Povo geme! - A multidão agita-se. - A Liberdade é um direito santo!! - A multidão freme. - O Povo quer ser livre!!! - A multidão urra. - Derrubemos os tiranos!!!! - A multidão rui. Ora, outros indivíduos estão reunidos numa grande casa e dizem: - O povo geme - Logo, aumentem-se 5 por cento. - A liberdade é um direito...