Exercícios d´ escrita: Alice Corinde.

I) Arrota cu desnosso país tem seguido é motivo de pré-ocupação por parte dos nossos vis inhos europeus, q prontamente se diz puseram a criar um pacote de a Judas, q nos açambarca, aliás, perdão, abarca, entroutras, matérias materiais (e imateriais) de imortais méritos (e mortais débitos) acerca dos quais, antes de mais, não devemos cagar postas de pescada: os mandantes do país português irão en carregar-se de dinheiros comunitários e discursarão com pompa e arrogância: «Portuguesas e portugueses, arrota q é boa é esta q doravante arrotearemos, tão, mas tão! bem mareados por couves de Bruxelas. Viva a União Europeida, viva Portugal».
II) Ainda o xô primeiro-mandante arfa dos apoteóticos vivas e já as palmas, urros, guinchos, bandeiras esvoaçam no vazio mental da praça pudica – e circulam as coxas de frango e a imperial de joelhos enjeito de presente pra todos os presentes, à laia de cenoura pendurada à frente do asno q caminha quilómetros na ânsia de a roer, espécie de cubinho de queijo importado (cu certificado de qualidade CE) na ponta da mola da Demo crática ratoeira (coisa sempre antes vista, dizem as gentes q plo estômago se conquista o Homem).
No alto, numa tribuna espelhada, os mandantes gargalham com gosto enquanto chucham nus charutos uns dos outros e sorvem vísque de doce ânus. E filosofam em mesas rhediondas. O líder dá o lamiré: «ali em baixo, na praça púbica, na cidade, no país, temos uma grã sanita onde ora fazemos merda, ora cagamos. A gentalha é o papel higiénico q nos lambe o cu anos a fio, deliciosamente crédula. Basta q queiramos, Imprensa ionamos um botãozito e puxamos o autoclismo e vush! limpam-se as latrinas, vai tudo cano abaixo pràs Estações de Tratamento, pra q seja tudo convenientemente reciclado – pra q depois possamos ajeitar e reutilizar a gosto ou pra q outros, invejosos, não nos apontem o dedo, não nos acusem disto ou daquilo, não nos tentem quilhar. Finalmente, arranjamos uns vassouras piaçavas q lavam à superfície quaisquer re sábios mais persistentes – o q, em abono da verdade, nem sempre é preciso. Et voilá! aqui nos temos» (a gargalhada cresce em uníssono, o coro bem ensaiado, o mote comum, ah ah ah, ainda cresce a gargalhada, já num silvo azucrinador, as caras mudadas, os corpos derretendo tipo borracha, peidos e bufas, escarros cuspidos e escarros engolidos, AH AH AH, a gargalhada prospera, imperial, consome-os, engole-os, são agora desprezíveis carcaças sem miolo, carapaças engravatadas nuas de essência, de princípios, de consciência, empatucadas porém de retórica, ar, esperteza – é o apogeu da Estupidez, da Treta, da Merda, da Putice, da política parlamentar e partidária).
III) Mas alto e pára o baile!
Tudo isto pouco deve arreliar o comum “sida dão*”, o homem nédio, o José Ninguém, Ilda.: quer-se desse Exmo.(a) Senhor(a) é anuência perene e com sumo da fruta da época – o consu[mis]mo propriamente dito – e nada mais. E é se quer estar descansadinho: «quem é nada não s´ afoga», citando o slow-gun empunhado e empenhado pla mor sumidade Sua Senhoria o Chefe do Concelho (de Portugal), Zé Sócrates.
IV) M´ esconjurem (q me não esconjuro).

Nota: as duas derradeiras palavras de III) devem ser alvo d´ actualização atenta: cf. as mudas andanças de Governo da “Rês pública*” portuguesa.
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* Alice Corinde, 1992 – a quem saúdo numa vénia de admiração. Bem-haja.

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