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Titula o jornal q «2 dos 3 casos suspeitos em portugal não se confirmam» ca proverbial ligeireza ca não-inscrição autoriza & em larga medida alimenta. A sazonal reciclagem de surtos epidémico-virulentos, a par da repescagem dalgum dos muitos signais do "international terrorism", são duas dentre as mais-que-muitas ferramentas esgalhadas pra manter as gentes num estado d'alerta e-cono-micame-nte rentável. A própria Estabilidade Social ganha com esta merda, pá.

Semelhantes notícias marcam o ritmo da dança cus nossos corpos inermes seguem irresistivelmente. Os aparelhos de tele-visão embalam-nos o espírito numa sincronização maquievélica e não há não há como negar o convite: é uma mão displicente e pálida - duma displicência e palidez sensuais - q se nos estende ao cabo de um jantar bem regado a vinho, simultaneamente desejo e imposição, e quando damos por ela nem nos passou pla cabeça uma (1) cousa tã' simples cumo: Parar Pra Pensar. Não nos é autorizado parar. Não desejamos parar.

Não estranhamos a inverosimilhança da música, não estranhamos cafinal duramos num salão sem fim apinhado de pessoas que dançam sozinhas numa solidão infernal. Não estranhamos que assim seja e que, sin embargo, não estranhamos. Não estranhamos não estranhar. Não estranhamos nada, aliás. Excepto estranhar.

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