Catástrofe

Understatement do ano: dizer que esta crise pandémica trouxe consigo coisas inéditas. Um exemplo de uma dessas coisas, para memória futura: polícia prende violentamente uma jovem mulher por esta não usar máscara na via pública.

Isto passou-se em Melbourne, onde desde o passado dia 5 as autoridades decretaram uma quarentena de seis semanas com recolher obrigatório entre as 20h e as 5h. Decretaram ainda o encerramento de lojas e fábricas, a paragem da construção civil e a suspensão do ensino presencial. Os cinco milhões de habitantes desta cidade estão obrigados a permanecer sempre em casa, excepto para trabalhar, procurar ou providenciar ajuda médica, fazer exercício físico ou passear os cães. Segundo o Público (edição de 4/08), que cita um jornal local, "exceptuando os motivos profissionais, todas as saídas de casa estão limitadas a um período máximo de uma hora e dentro de um perímetro de cinco quilómetros em redor da habitação". Como se percebe pelas imagens, o uso de máscara é obrigatório e é policiado.

O conjunto de restrições impostas à liberdade individual em nome do combate a este problema sanitário é alarmante. É alarmante o grau das restrições; é alarmante a sua escala global; é alarmante a tendência que imprimem.

Ainda de acordo com o mesmo número do Público, Scott Morrison, primeiro-ministro australiano, justificou as novas ordens com este tempo de excepção: "estamos a lidar com uma catástrofe".

Estes são os dados actualizados deste país-continente (clique para ampliar):

Fonte: esta.

Catástrofe, o caralho.






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