Palavras são só palavras, importam quase ou mesmo nada, importa, isso sim, aquilo que se faz com elas ou aquilo que se quer fazer delas, se isto é vero ou não, talvez não venha nunca a saber e ficarei porventura no mesmo pé quanto ao que segue, a saber, as palavras são, até prova em contrário, por definição e índole, por uso, costume e forma, veículos de transmissão de mensagem/ns, sem embargo, isso não será nunca o bastante para que não se constituam noutras alturas como, isso sim, o sumo obstáculo à comunicação interpessoal, ou por outra digo que, ocasionalmente, assumindo-se a jusante justamente como o elo tradutor, o eixo comunicante, a esmerada expressão do íntimo daquele ou daquela que a elas recorre, aquando chegadas ao termo da viagem, isto é, aos tímpanos do ouvinte e interlocutor, as palavras perdem-se, por assim dizer, na tradução, e, de coisa boa que à nascença eram, passam a ser, pelo contrário, a malformação estrangeira, a deformada concretização alheia de um sentimento e...