Obama: involução na continuidade

1 Um ano passou debaixo da eleição estórica de Obama. Valerá a pena perguntar (?): que bóia, hoje, à tona desse espectáculo de luz e cores?
2 Voltemos à montagem (da autoria do Bruno Henriques) publicada neste penico aos 28 de Fevereiro de 2008, seis meses antes da formalização da candidatura presidencial de Obama pela Convenção do Partido Democrata e mais de dez meses antes da sua tomada de posse, a 4 de Janeiro de 2009.
Cliquemos para ampliar.
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3 Em certa medida, sinto pelo Obama. O homem, até ver, falhou três promessas fulcrais da sua campanha: criação de um sistema nacional de Saúde norte-americano, participação real nos protocolos internacionais de redução das emissões de CO2 e encerramento da prisão de Guantánamo.
(Falhou, sem dúvida. Mas tentou. E muito, com muita força. É como diz o povo: o que conta é a intenção.)
4 O 11 de Setembro desta presidência é o mesmo que o da administração anterior (a do Mau). Com efeito, é o «terrorismo internacional» (o das al qaedas e dos bin ladens) que justifica o adiamento do prometido fecho da prisão norte-americana em Cuba, onde permanecem retidos homens às dezenas sem acusação formal ou hipótese de defesa.
5 "...o adiamento do prometido fecho...". Este termo - adiamento - é essencial. Porque Obama não falhou. Obama só adiou. Adiou o encerramento de Guantánamo (sem data prevista). Ajudou a adiar uma decisão relativamente à redução das emissões de CO2 (por um ano). Quanto ao sistema nacional de Saúde norte-americano, o President também adiou: disse que a best thing a fazer é dar-lhe some time.
6 Obama é, afinal, bonito. E pacífico (fredlig, em sueco): daí não ir para a guerra. Obama é também forte: o que explica que, não indo à guerra (porque é pacífico), se faça substituir por dezenas de milhares de homens (novos mortos-adiados novos).
7 (The Peace Doves é um jogo adorável. Dei com ele quando fui ler por que raio foi o Prémio Nobel da Paz atribuído ao Obama. Vale bem a pena dar uma olhada. É um jogo do caraças. São oito pombos - Lady Juliet, Phoenix, Boaster, Dolores, Olga, Omar, Bert e Peggy Sue - que lutam bravamente pela não-proliferação do armamento nuclear.)

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