Diário de um índio: um país aos chutos nos novos Descobrimentos por terras africanas

Necessidade tanto mais premente quanto maior for o "cenário de crise" (usando a expressão consagrada), a criação governamental de uma imagem de coesão nacional no imaginário colectivo tem ultimamente recaído quase em exclusivo sobre os ombros da estafada equipa de futebol Selecção Nacional.
Por seu turno, o patrocínio multifacetado e a jorros das acções desportivas e mediáticas desta equipa escuda-se e fundamenta-se no patriotismo que, em paralelo, fomenta. O que, convenhamos, requer uma notável habilidade.
Este investimento público num chauvinismo conveniente ao aligeirar das tensões geradas pelos descarados desiquilíbrios sociais (que essa mesma fonte agracia com o seu perdão e bênção), revela-se igualmente frutífero em termos estritamente comerciais. Bancos, cadeias de hipermercados, empresas de redes de telemóveis e de cervejas, só para citar as mais histéricas, mamam nesta farta teta ávida e sabiamente.
E, no entanto, tudo é leve.

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