Diário de um índio: diante da Bertrand do CC Vasco da Gama

Em última análise, mercados há só um (bem entendido, ordenado há também somente um) e todas as mercadorias têm em todas as outras as suas concorrentes directas (o que sem embargo não nega a lógica de mercados específicos para compradores específicos).
É portanto sensato não esperar demasiado de lojas de livros e de música sitas em centros comerciais, uma vez que estas, não obstante a sua, por assim dizer, índole artística (mas nem por isso menos capitalizada, é bom que se diga), partilham um mesmo tecto com as cadeias de moda (apreciável locução), com as grandes lojas de electrodomésticos & tralha tecnológica diversa e, para atalhar, com tudo quanto há na praça do reino da quinquilharia e pechisbeque.
Os ditâmes do negócio são claros como um urso polar e, para os que os tomam como naturais (já nem digo certos) e os seguem (ou vivem a tentar), não existe alternativa à massificação e infantilização do objecto a vender, seja ele qual for (já que o fim é o mesmo), o que, retomando o caso das livrarias e discotecas de centro comercial, amiúde se traduz na metamorfose (banalizada) da arte feita mercadoria.

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