«A Esperança», ou «Uma ode ao Pacote turístico»

Prezados Colegas de Sector,
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Dirijo-me solenemente a Vós num período de especial sensibilidade do nosso adorado sustento. Não o faço por desfastio, tampouco guiado por um certo alarmismo reinante. Faço-o, creiam-me, com o coração nas mãos.
Enquanto dignos embaixadores da nacional panaceia, enquanto esmerados profissionais da tábua de salvação da Pátria, enquanto combatentes na linha da frente da heróica batalha pela conquista das divisas estrangeiras, enquanto missionários da Palavra de Licínio e dos evangelistas de Aveiro e do Estoril - temos fortíssimos motivos para estarmos profundamente preocupados com o rumo da nau que, dia após dia, jamais vacilando, com bravura e pujança, fazemos vogar os mares do Mercado, em prol da Hotelaria e das Viagens, em louvor do Patronato e à custa do Turista - amén.
Essa ditosa missão que o Divino nos reservou, essa Lusíada que com sapiência e sangue-frio temos levado a bom-porto, e para a qual, irrepreensivelmente, através das suas laboriosas capelinhas, o Ministério da Educação nos preparou - vê-se então em risco!

Com a Portela à pinha, com o Allgarve sem ideias (de jeito), com o Alqueva a passo de caracol, com, enfim, uma conjuntura económica nacional e internacional desfavorável aos nossos imaculados intentos, só uma intervenção superior nos poderá salvar...
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Ei-la!

(cliquem na imagem, Colegas, cliquem)

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