Inevitável fraqueza

Em vão tentamos ocultar as nossas inevitáveis fraquezas. E, no entanto, nada beneficiamos se, aceitando-as (aceitando-nos), as não disfarçarmos. A interpretação do Eu baseia-se, fundamentalmente, no Outro, no Próximo - bem entendido, naquilo que Ele nos deixa presenciar ou conhecer -, numa lógica de comparação que favorece a busca incessante das falhas alheias. E, inevitavelmente, lá as encontra. Por outro lado, num reconhecimento tácito dos seus próprios mecanismos, este flagelo envieza toda a acção individual no patético drama do Parecer, e assim voltamos ao início. Em suma, julgando avançar, rodamos infinitamente sobre nós próprios, confortavelmente instalados no seio de um pomposo colectivo de juízes-patetas.

Mensagens populares deste blogue

Algo de errado se passa.

Desencontro, ou Enquanto as ervilhas cozem

Os números COVID-19: ou latos em excesso, ou inconsistentes, ou pouco consolidados