Mais ardor, disse Ortiga

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga (o metrossexualzinho da imagem), parlou em Fátima perante 20 mil pessoas - diz o Público. O arcebispo bracarense relembrou que a igreja portuguesa sempre foi "verdadeiramente missionária e evangelizadora" e que "este tempo exige novo ardor e empenho na evangelização". Bom, devo dizer que ouvir este Dom a defender um revigorar do ardor evangelizante me deixa meio de pé atrás. Afinal de contas, o historial da igreja portuguesa não é propriamente flôr que se cheire, especialmente se rememorarmos as acesas campanhas de evangelização ali ao Rossio ou as incisivas missões a rasar a costa africana e pelo Brasil adentro. A ver vamos. De resto, o que me deixa algo apreensivo não é a improbabilidade de termos um revival desses tempos de clímax religioso do Portugal imperial; o que me banza é a repetida referência (& sua exploração como base e fundamento) a um passado que por linhas tortas se constitui, a mais das vezes, como o maior capital da Igreja Católica portuguesa - quando o natural seria constituir-se, isso sim, como o justiceiro engenho da sua implosão.

Mensagens populares deste blogue

Algo de errado se passa.

Desencontro, ou Enquanto as ervilhas cozem

Os números COVID-19: ou latos em excesso, ou inconsistentes, ou pouco consolidados