Um dia na vida de... José Sócrates

11H47
Acorda com o telemóvel a vibrar na mesa-de-cabeceira. Pigarreia enquanto se endireita na cama. Atende. "Estou? Não, de maneira nenhuma, já estou acordado desde as 8:30 da manhã".
.
11H53
Enquanto urina, liga à secretária. "Está? Ouça, ligue à minha mãe e diga-lhe que hoje afinal não posso ir almoçar com ela. Diga-lhe que tenho uma reunião importante ou uma inauguração, sei lá".
.
13H24
Entra no restaurante. Com uma vénia dramática, um empregado de colete preto e laço leva-o até uma mesa reservada. Pergunta-lhe como foi a manhã do senhor doutor. "Um stress. As pessoas nem imaginam como é a vida de um primeiro-ministro".
.
15H36
Entra no gabinete. Atira-se para o cadeirão com enfado. Liga a um assessor. "Telefona-lhe e diz-lhe que se demita. Diz-lhe que depois logo se vê, mas que fique descansado que eu não me esqueço dele".
.
17H22
De volta a casa, lancha uma carcaça com queijo e fiambre e um copo de leite com chocolate. Deixa o sofá da sala cheio de migalhas e o copo vazio em cima da televisão. Já no corredor, cruza-se com a mulher-a-dias. Ela reprova-o com o olhar. Ele nota. "Não fui eu que deixei aquilo assim".
.
20H00
Ajeita o microfone. De sobrolho franzido, diante de uma miríade de objectivas, discursa. "Nem o Governo, nem eu próprio, temos, nem tivemos, um plano para controlar ou condicionar os órgãos de comunicação social em Portugal".

Mensagens populares deste blogue

Algo de errado se passa.

Desencontro, ou Enquanto as ervilhas cozem

Os números COVID-19: ou latos em excesso, ou inconsistentes, ou pouco consolidados