(...) A maioria absolutista, apresentada amiúde como fenómeno de estabilidade e legitimidade duma governação democrática, indiferentemente dos seus resultados práticos, é só mais um caso, rapaz. Vejamos, por instantes, o caso do «não» irlandês: enfim, não fez, com efeito, História, daquela d´H grande, mas, porventura até por isso, importa sobremaneira destacá-la: é que a opinião publicada foi desfavorável, de-cla-ra-da-men-te desfavorável. O rumor que se fez ouvir foi de impaciência pla impertinência da coisa, plo imbróglio criado, "após anos de, sic, defíceis e complexas negociações". Agora, de quando em vez, lá algum Lobo manda uma acha para a fogueira onde nos querem queimar, e alguns há que lhe passam Cavaco. Talvez que isso seja, em certa medida, um reforço do que te venho dizendo. Certo dia li que a democracia, presente hoje, futuro à época, se encruzilharia inapelavelmente nas questiúnculas partidárias e seus interesses mesquinhentos, e que, em virtude disso, o interes...